Fartura Gastronomia sai em nova expedição para registrar os sabores e histórias do Norte de Minas

Crédito: Carolina Daher

iagem de pesquisa gastronômica passa por Montes Claros, Januária, Itacarambi e Manga, revelando personagens e tradições da cozinha mineira, até 25 de maio

Plataforma Fartura – Gastronomia do Brasil está de volta às estradas com uma nova viagem de pesquisa gastronômica. Até o dia 25 de maio, a comitiva, liderada pelo chef Yves Saliba e pela curadora do projeto Carolina Daher, inicia a “Expedição Fartura – Caminhos por Minas”. A proposta é conhecer e registrar os modos de vida, ingredientes, receitas e personagens que compõem o patrimônio alimentar do Norte de Minas Gerais, em especial das regiões próximas ao Parque Nacional Cavernas do Peruaçu e ao curso do Rio São Francisco. A expedição tem o patrocínio da CEMIG, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais  e realização do Fartura e Governo de Minas Gerais.

Serão visitados os municípios de Montes Claros, Manga, Januária e Itacarambi, em busca de ingredientes e histórias de produtores locais, cozinheiros, quitandeiras, pescadores e pesquisadores. A ideia é construir um retrato vivo da diversidade da cozinha mineira, a partir das vivências de quem transforma a realidade do seu território por meio da gastronomia. Entre os personagens estão Neto, pescador há mais de 40 anos, morador de Manga, que vive da pesca de barranco no Rio São Francisco. Bem como Manuel que, aos 87 anos, continua talhando carranca nos troncos de madeiras caídos no próprio rio.

Toda viagem é registrada em audiovisual e será lançada em uma websérie de 10 episódios. O conteúdo das expedições também abastece as redes sociais e site do projeto e serve como base para a curadoria dos Festivais Fartura.

“Queremos contar um pouco sobre esse sertão mineiro, um lugar que é muito distinto, porque nós todos somos muito mineiros, independente de onde estamos. Mas no Jequitinhonha há uma cultura alimentar própria, com elementos do cerrado muito presentes. E ao mesmo tempo que dialogam bastante com o resto de Minas Gerais, eles fazem de um jeito diferente. A galinhada é com pequi, com a semente e a castanha do pequi. Eles usam os ingredientes de uma forma muito única. E queremos registrar isso”, explica a curadora Carolina Daher.

Roteiro “Expedição Fartura – Caminhos por Minas”

A jornada começa por Manga, às margens do Rio São Francisco. Ali, o chef Yves Saliba acompanha pescadores artesanais e cozinheiras ribeirinhas em receitas tradicionais com peixes como o surubim, revelando a importância do rio para a subsistência e a cultura alimentar das comunidades da região.

Em Januária, conhecida como berço da cachaça artesanal mineira, a equipe visita alambiques que mantêm viva a tradição centenária da produção da bebida. A cachaça é apresentada não só como produto, mas como patrimônio afetivo, presente em celebrações e momentos cotidianos. A comitiva ainda visita o Beco do Forró, onde o sabor e a cultura se encontram.

Já em Itacarambi, em meio ao Parque Nacional Cavernas do Peruaçu – que abriga sítios arqueológicos e pinturas rupestres com mais de 12 mil anos – o chef se encontrará com quitandeiras locais em busca de receitas em risco de extinção, como o doce Cabeça de Frade, feito com cacto típico da Caatinga. 

A última parada será em Montes Claros, referência da gastronomia do cerrado mineiro. A cidade abriga o histórico Mercado Municipal, que está no roteiro,  tem mais de 600 comerciantes e uma diversidade impressionante de ingredientes como pequi, baru, araticum, jatobá e pimenta-de-macaco. A expedição visita, ainda, a Charcuteria Sagrada Família, pioneira na produção de embutidos artesanais com ingredientes do cerrado. Neste momento, Saliba recebe uma convidada especial, a chef Carol Fadel, para descobrirem juntos as influências entre os embutidos portugueses e mineiros.

“O Fartura vai sair, mais uma vez, para mostrar essa riqueza que existe em Minas e no Brasil e que, muitas vezes, fica escondida ou apenas passando de geração em geração de uma forma informal. Fazemos esse resgate e o registro da nossa terra”, completa Carolina Daher.

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